O restaurante começa a impressionar pelo ambiente que, embora sofisticado, consegue manter a alma portuguesa e o espírito acolhedor da terrina. O atendimento é garantido por garçons solícitos e educados, à verdadeira moda paulistana de servir, tornando o espaço ainda mais especial. Nesse quesito, antes de adentrar à culiária, deve-se emanar especial destaque ao Francisco (Chico), garçon que traz a hospitalidade afável nordestina em suas entranhas e esbanja simpatia e bom atendimento, com direito a indicações genais.
A entrada ficou por conta do maravilhoso couvert da casa, com destaque para as azeitonas pretas gordais de excelente qualidade, temperadas com azeite, cebola e delicados slices de pepino, sem esquecer do apetitoso pão italiano e tabletes de manteiga francesa. Para complementar, uma porção de bolinhos de bacalhau capaz de fazer inveja aos melhores croquetes congêneres de Lisboa. Aliás, lembram muito os do Laurentina. Impecáveis e, melhores ainda ao adicoiar aquele fio de azeite, já que a casa oferece nada menos que o néctar da Herdade do Esporão, referência internacional.
Para o prato principal, seguindo a indicação do Chico, um grande clássico da gastronomia mediterrânea: Polvo a Lagareiro. Ponto de cozimento e tempero minimalistas, na verdadeira tradução da “aurea mediocratis”. O belo polvo (foto) veio guarnecido de brócolis cozidos ao vapor e batatas ao murro: simplesmente fenomenal.
Também por indicação do Chico, a sobremesa Baba de Camelo encerrou a experiência. Aos que não conhecem a iguaria, trata-se de um mousse aerado de doce de leite, com farofa e castanhas. Igualmente saborosa e suave, um verdadeiro “gran finale”, para um almoço memorável.